quinta-feira, 28 de março de 2013

Dor

Hoje doeu...
Doeu o fato de saber há algumas semanas atrás que uma colega de trabalho está grávida, doeu quando ela disse, doeu quando me perguntou dos meus sintomas e dói quando ela quer compara a gravidez bem sucedida dela, com a minha interrompida às 13 semanas...
Dói saber que seu convênio médico não cobre os exames necessários para saber se eu poderei ou não ter uma gestação saudável, ou filhos saudáveis e que o valor que eu devo pagar por fora é absurdamente caro e eu não posso pagar por eles...
Dói receber e-mail's de boletins de gravidez, estes eu não suspendi, não é masoquismo, mas às vezes gostaria de saber como eu poderia estar se meu bebê estive vivo e crescendo dentro de mim.
Dói não ter recebido o apoio por parte de meus colegas de trabalho, dói ver todos agindo como se nada tivesse acontecido...
As feridas ainda doem, e doem muito!
Hoje eu tive vontade de pegar um macacão do bebê e ficar ali contemplando, querendo saber se algum dia alguém o vestirá e quando o vestirá, e se esse alguém será meu filho.
Estou me preparando... Vou visitar daqui uns dias minha melhor amiga, que está grávida. Estou pensando no que dizer e estou tentando não sentir inveja, nunca pensei em sentir isso, mas tenho sentido inveja quando vejo mulheres grávidas, mulheres com seus bebês recém nascidos no colo, mulheres felizes com seus filhos e suas famílias, por que não posso ter isso? O que eu fiz? Para quem fiz?
Tento não chorar mais, já vivi meu luto, o Paulo, aquele legal, o Psicólogo, me disse para chorar e ir atrás de colo, de abraços e sentimentos sinceros, mas mesmo  assim ainda sinto vontade de chorar...
Pedi desculpas ao espírito eterno de meu filho, sou espírita, pedi desculpas por ter feito a ele algum mal em outra vida e disse para ele que estou disposta a recebe-lo por filho para que possamos acertar qualquer diferença que possamos ter tido. Ainda me pego cantando para ele e imaginando seu rosto, seu corpinho em meus braços, ainda rezo pela saúde dele...
Eu deveria estar acostumada, não é a primeira vez que perco meu bebê, tão esperado, mas acho que eu nunca vou me acostumar... Talvez eu nunca o tenha, talvez tenha muitos, e hoje a única certeza que eu tenho é que ninguém pode me responder essa dúvida.
Continuo vivendo!

Um comentário:

Dina Ulbrich disse...

Ô amiga, mil abraços em vc.
N sei se existe algo que eu possa falar para te consolar, mas fique calma. Logo é vc.
Fica bem viu, se precisar chama, bjs Dina